sexta-feira, 13 de julho de 2012

O ARTISTA NA BÍBLIA: BREVES LIÇÕES

A palavra ‘artista’ na Bíblia aparece apenas no Antigo Testamento e está ligada à tradução da forma verbal da palavra chashab que quer dizer ‘planejar, inventar, considerar’ e tem o sentido de alguém que planeja, executa, faz alguma obra em específico. Ela aparece principalmente no livro do Êxodo quando da revelação, planejamento e construção do Tabernáculo (Êx 26.1, 31; 36.8,35). No livro de Cantares (7:1) aparece a palavra ’aman que significa ‘trabalhador capacitado, artista, pessoa capacitada, artesão’. A Bíblia mostra que a arte acompanha o Homem desde o princípio de sua história (Gn 4.19-22). Destacamos aqui a Jubal que foi “foi o pai de todos os que tocam harpa e flauta” (v.21). Vemos assim uma expressão artística (a Música) no início da Escritura Sagrada. E a música primitiva não era apenas para ser ouvida, mas também cantada e dançada como demonstram vários achados arqueológicos. Assim, na arte de Jubal, além da música, está implícita a dança. Infelizmente, a arte também foi usada para a idolatria (Atos 17:29). A Arte deve ser vivida no contexto da Cidade Celeste não da Babilônia decaída (Ap 18:22). 
O primeiro tipo de pessoa a que a Bíblia se refere como sendo cheio do Espírito Santo, não é um profeta, nem um rei nem um sacerdote, mas é um artista:

Bezalel por James Tissot
Disse mais o SENHOR a Moisés: Eis que chamei pelo nome a Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, e o enchi do Espírito de Deus, de habilidade, de inteligência e de conhecimento, em todo artifício, para elaborar desenhos e trabalhar em ouro, em prata, em bronze, para lapidação de pedras de engaste, para entalho de madeira, para toda sorte de lavores. Eis que lhe dei por companheiro Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã; e dei habilidade a todos os homens hábeis, para que me façam tudo o que tenho ordenado: a tenda da congregação, e a arca do Testemunho, e o propiciatório que está por cima dela, e todos os pertences da tenda; e a mesa com os seus utensílios, e o candelabro de ouro puro com todos os seus utensílios, e o altar do incenso; e o altar do holocausto com todos os seus utensílios e a bacia com seu suporte; e as vestes finamente tecidas, e as vestes sagradas do sacerdote Arão, e as vestes de seus filhos, para oficiarem como sacerdotes; e o óleo da unção e o incenso aromático para o santuário; eles farão tudo segundo tenho ordenado” (Ex 31.1-11)

Do texto bíblico aprendemos os seguintes princípios:
 - Deus usa a arte para cumprir seus propósitos;
- O artista é alguém chamado por Deus;
- Ele deve ter companheiros;
- Ele trabalha segundo a revelação de Deus e o modelo mostrado a liderança (Êx 25:8,9).
O tabernáculo de Moisés é um testemunho de que arte e adoração podem se combinar
 Além da unção deve o artista ter preparo técnico: “Entoai-lhe novo cântico, tangei com arte e com júbilo”, Salmos 33:3. O salmista não apenas se ajoelhava e orava dizendo: “Daí-me um salmo, ó Senhor!”. Ele era alguém que contemplava a natureza (Sl 8), conhecia as Escrituras (Sl 119), via as dificuldades e contradições da vida e meditavas nela à luz de Deus (Sl 73). “De boas palavras transborda o meu coração. Ao Rei consagro o que compus; a minha língua é como a pena de habilidoso escritor”, Salmos 45:1. Habilidoso é no original hebraico mahir ‘veloz, rápido, habilidoso, pronto’. "Procurou o Pregador achar palavras agradáveis e escrever com retidão palavras de verdade. As palavras dos sábios são como aguilhões, e como pregos bem fixados as sentenças coligidas, dadas pelo único Pastor”, Eclesiastes 12:10,11. O Pregador não buscou apenas orar; ele buscou quais seriam as melhores palavras para expressar a inspiração divina que lhe corria no coração. Pesquisou as palavras de outros sábios, de outros especialistas de sua área, para produzir sua arte. 
Portanto, a unção, companheirismo e o preparo técnico devem andar juntos. Esse é o artista bíblico.

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